O Neonazismo invade a Música Eletrônica (por Royo y Negro)

Olá!
O texto a seguir foi publicado em 29 de maio de 2013, trata-se de um estudo , cujo intuito era denunciar a influência de ideologia nazista na musica eletrônica, em especial a cena EBM. No entanto, a banda alemã Der Prager Handgriff, foi injustamente de representar e propagar as ideias de nazis e boneheads. O LADO ESQUERDO assume a falha em tal acusação, após ter pesquisado mais, sobre a banda , ainda em que tal pesquisa seja feita em escassos materiais promocionais sobre a banda. De qualquer maneira, a vericidade quanto a soma EBM+nazismo é um fato e isso já acontece tambem no Brasil.

O texto de estreia , publicado em 29 de maio de 2013 e que se trata da inclusão do pensamento nacional socialista (nazista) na musica eletrônica, mais precisamente no EBM (Eletronic Body Music), assim , como já ocorreu como a cena skinhead, com o punk, no black metal e até no psychobilly, a EBM se vê invadida por neo nazistas que vêem em tal gênero musical, um lugar perfeito para exposição de suas "ideias".
A concepção de tal trabalho se faz acontecer com o intuito mostrar que o perigo ronda a todos nós nos lugares onde menos esperamos e que devemos combatê-lo, com todas as forças e sem tréguas.

O texto à seguir foi construído a partir da análise feita por meio leituras de materiais que tratam do assunto, encontrados em sites, cujos links estão expostos no corpo do texto, vídeos e depoimentos de pessoas que pediram para não serem expostas neste artigo


O neonazismo invade a musica eletrônica.



Para quem pensa que os neo nazistas estão dando um tempo ou que é coisa restrita a  partidos de direita europeus ou estadunidenses, ou coisa de skinheads, ou melhor, boneheads, considerem se enganados , pois o movimento internacional de direita esta em todos os meios de comunicação possíveis, com aval em alguns casos do próprio sistema democrático-burguês, movimentos culturais, artísticos, intelectuais, falo do meio acadêmico mesmo e por aí a fora. Não é novidade nenhuma para os mais sabidos do que rola nos mais diversos estilos de música e circuitos alternativos que o pensamento nazista é divulgado , seja por meio de músicas , símbolos ou atos de violência  A cena psycho billy é normal se ver a bandeiras dos confederados estendida no palco. Bandas de Black Metal, que antes falavam de sua adoração a Satã ou aos deuses pagãos nórdicos , hoje pregam o nazismo em suas músicas. E assim se dá na música eletrônica, mais precisamente aquela que gerou todas as demais, mas que hoje reside nos porões da cena underground , em todo o planeta, a EBM. 
Mas para tratar da intromissão do nazismo no EBM, é preciso antes fazermos uma viagem no tempo e descobrir o que é isso.

Desde a segunda metade dos anos 70, a  musica alternativa, a exemplo do que ocorreu com o punk e com a cena skinhead, sofreu em sua gênese, a influência da política, seja para a esquerda , seja para direita. O fato é que desde então a manifestação artística destas bandas também faziam experimentos sonoros dos mais variados, seja com instrumentos e normas de construção musical ou não. Desta maneira o Punk revolucionou de fato, pois com seu estilo do it your self de comportamento e musica , propôs abertamente mais uma revolução nos comportamentos do jovem e em sua musica, hinos que norteiam a juventude. Do punk surgem outras cenas, como a new wave e o post punk, kautrock , o street punk, death rock, hardcore etc. Surge também sua negação, não só sua, mas de todo o universo rocker que tentava se reinventar, falo da música eletrônica, bem diferente da cena disco estadunidense.
Nomes como Cabaret Voltaire, Kraftwerk, Depeche Mode, Front 242 e Einsturzunde Newbauten, são os precursores dos mais diversos estilos de musica eletrônica que viria a brilhar,  sobretudo nos anos 80.
O Industrial e a EBM, tinham a nítida intenção de negar o padrão convencional de criação de música exigido pelo mercado fonográfico. Os alemãos do Kraftwerk criaram a musica e o termo EBM – eletronic body music ou em portugues (corpo musical eletrônico). Kraftwerk (pronúncia em alemão: [ˈkʀaftvɛɐk], usina de energia) é um influente grupo musical alemão de música eletrônica. O grupo foi formado por Ralf Hütter e Florian Schneider em 1970, em Düsseldorf e liderado por ambos até a saída de Schneider, em 2008. A formação mais conhecida, duradoura e bem sucedida foi aquela que se consolidou entre 1975 e 1987 e que incluía os percussionistas Wolfgang Flür e Karl Bartos.1 Conheceram-se quando estudavam no Conservatório de Düsseldorf no final dos anos 60, participando da cena experimental da música da época, o movimento posteriormente intitulado krautrock
Considerado por alguns como tão influentes quanto os Beatles por sua participação na música popular da segunda metade do século XX2 , as técnicas introduzidas e os equipamentos desenvolvidos pelo Kraftwerk são lugar-comum na música atual e o grupo é geralmente tido como precursor de toda a dance music moderna de modo geral3 . Suas letras, por vezes cantadas através de um vocoder ou geradas sinteticamente, ainda que minimalistas, geralmente lidam com temas relacionados à vida urbana e à tecnologia pós-guerra. http://pt.wikipedia.org/wiki/Kraftwerk





O elemento industrial do Neubauten , foi incorporado na construção musical do Front 242, porém sempre usando samplers e toda a sorte de possibilidades de criação musical a partir de colagens , remixes, teclados e tudo mais que pudesse ser utilizado eletronicamente para composição de musica era usado com a idéia de não mais precisar de musicos , mas sim de verdadeiros engenheitos de som, como o exemplo de Kraftwerk.  A idéia do faça você mesmo nascida com os punks, também fazia todo o sentido para a galera da musica eletronica. Aliás, a  musica eletrônica nasceu justamente por conta desta linha de pensamento. Mesmo assim, o tecladista tinha função , além de primordial , estratégica também na construção musical e estética das bandas de musica eletronica, principalmente ao vivo, pois embora servissem ao publico uma sonoridade sintética, eletrônica, era importante ver que apesar de toda tecnologia, que estava no comando da coisa era o homem, tinha lá , sempre o tecladista comandando os samples e beats eletrônicos e tocando ao vivo a parte que lhe competia.

O elemento estético também foi explorado pelo Front 242. Apareceram com suas botas , jaquetas e calças estilo militar , com coletes, e óculos tipo caçador. Muitos confundiram o F242 com os skinheads nazis, por causa do visual para-milico. Ao lado do Depeche Mode, o F242 se tornou o maior nome da música eletronica dos anos 80, tendo seus discos editados em varios países no mundo, inclusive no Brasil. Nitzer Ebb, Clock DVA, A Split Second, Poupeé Frabrik, Dive, Skinny Puppy, foram entre outras bandas que ajudaram a cristalizar a EBM como estilo musical consolidado, com seguidores e praticantes no mundo inteiro.
A disco music, a new wave, e a black music agora teriam um nova concorrência nas pistas de dança, que no circuito comercial , onde a EBM seria chamada de New Beat. Nas casas da cena underground, cyberpunks se acotovelavam freneticamente.

Como já dito, o espírito do do it your self dos punks ingleses, invadiu  corações e mentes de amantes de musica eletrônica e tecnologia.  Bélgica e a Alemanha, como já esperado passaram a ser o berço das bandas mais importantes deste gênero. Havia entre o público inserido na cena EBM, muitos punks, góticos e intelectuais que aderiram a tal cena. Os shows, sobretudo na Alemanha, a exemplo do Neubauten, eram repletos dos mais diversos tipos alternativos. Muitos continuaram a manter o visual punk, mas com adereços e símbolos que remetiam-nos a ideia de apocalipse cibernético, radioatividade, além de usarem camisetas das bandas ícones de musica eletrônica de seu tempo. Em pouco tempo o publico que frequentava os porões escuros de Berlin, Leipsing, Amsterdã, Londres, via ser invadidas pelos fans de musica eletrônica, que seria rotulados , tal como a musica que eram fans; EBM, Industrial, Cyberpunks.
Ciberpunk (de Ciber(nética) + punk)
Cyberpunk é um subgênero da ficção científica, conhecido por seu enfoque de "Alta tecnologia e baixo nível de vida" ("High tech, Low life") e toma seu nome da combinação de cibernética e punk. Mescla ciência avançada, como as tecnologias de informação e a cibernética junto com algum grau de desintegração ou mudança radical na ordem social. De acordo com Lawrence Person: "Os personagens do cyberpunk clássico são seres marginalizados, distanciados, solitários, que vivem à margem da sociedade, geralmente em futuros despóticos onde a vida diária é impactada pela rápida mudança tecnológica, uma atmosfera de informação computadorizada ambígua e a modificação invasiva do corpo humano."
Segundo William Gibson, em seu livro Neuromancer, o indivíduo ciberpunk é uma espécie de "pichador virtual" que se utiliza de seu conhecimento acima da média dos usuários para realizar protestos contra a sistemática vigente das grandes corporações, sob a forma de vandalismo com cunho depreciativo, a fim de infligir-lhes prejuízos sem, contudo, auferir qualquer ganho pessoal com tais atos.
O termo "Cyberpunk" também significa uma subcultura que é focada na Cybercultura e se destaca pela preferencia por música psicodélica e de gêneros de fusão entre punk rock e música eletrônica e por adereços de moda futuristas.
O estilo ciberpunk descreve o lado niilista e underground da sociedade digital que começou a se desenvolver nas últimas duas décadas do século XX. Um mundo ciberpunk distópico é chamado de antítese das visões utópicas de mundos de ficção científica e meados do século XX como tipificadas pelo mundo de Jornada nas Estrelas (Star Trek), embora incorporando algumas dessas utopias, principalmente na questão do mito da separação entre corpo e mente, muito discutida na filosofia cartesiana.
Na literatura ciberpunk, muito da ação se ambienta virtualmente, no ciberespaço - a fronteira evidente entre o real e o virtual fica embaçada. Uma característica típica (ainda que não universal) desse gênero é uma ligação direta entre o cérebro humano e sistemas decomputador.
O mundo ciberpunk é um lugar sinistro, sombrio, com computadores ligados em rede que dominam todos os aspectos da vida cotidiana. Empresas multinacionais gigantes substituíram o Estado como centros de poder. A batalha do excluído alienado contra um sistema totalitário é um tema comum na ficção científica; entretanto, na FC convencional tais sistemas tendem a ser estéreis, ordenados, e controlados pelo Estado. Em contraste a isso, no ciberpunk, mostram-se as entranhas da corporatocracia, e a batalha sisífica entre seu poder por renegados desiludidos.
As histórias ciberpunk são vistas como representações ficcionais do presente a partir de uma extrapolação e especulação das tecnologias de comunicação, como por exemplo, a internet.
O argumento da escrita cyberpunk se centra em um conflito entre hackers, inteligências artificiais, e megacorporações, tendentes a serem postos dentro da Terra num futuro próximo, em oposição do futuro distante panorama de encontros galácticos em romances como a Fundação de Isaac Asimov ou Dune de Frank Herbert. As visões deste futuro tendem a ser distopias pós-industriais, mas estão normalmente marcadas por um fomento cultural extraordinário e o uso de tecnologias em âmbitos nunca antecipados por seus criadores ("A rua encontra suas próprias aplicações pras coisas"). A atmosfera do gênero em sua maioria faz eco no cine negro e se utiliza pouco neste gênero técnicas de romances policiais. Entre os primeiros expoentes do gênero cyberpunk se encontran William Gibson, Bruce Sterling, Pat Cadigan, Rudy Rucker e John Shirley. As influências do Cyberpunk se estenderam por outros gêneros literários, e são visíveis, por exemplo, em traços da obra de Stephen King, como no livro O Concorrente, onde o mundo é um cenário Cyberpunk próximo temporalmente. O termo Cyberpunk se cunhou nos anos 80 e continua sendo atual.
Diferente da ficção científica da New Wave, que importou as técnicas e as preocupações estilísticas que já existiam na literatura e na cultura, o cyberpunk se originou na ficção científica primeiro, antes de incrementar a tendência dominante de sua exposição. No começo e meio dos anos 80, o cyberpunk se converteu num tema de moda nos círculos acadêmicos, onde começou a ser objeto de investigação do pós-modernismo. Neste mesmo período, o gênero ingressou a Hollywood e se converteu em um dos estilos da ficção científica do segmento do cine. Muitos filmes influentes tais como Blade Runner e a trilogia de Matrix se podem ver como consequências proeminentes dos estilos e dos temas do gênero. Os jogos de computador, os jogos de tabuleiro e os jogos de rpg, tais como Shadowrun, ou o apropriadamente nomeado Cyberpunk 2020, oferecem a miúdo roteiros que estão fortemente influenciados pelos filmes e a literatura cyberpunk. Iniciando os anos 90, algumas tendências da moda e a música forma rotuladas como cyberpunk.
Enquanto que uma grande variedade de escritores começou a trabalhar com conceitos do cyberpunk, novos sub-gêneros emergiram, que se centravam na tecnologia e seus efeitos sociais de uma maneira diferente. Os exemplos incluem o steampunk, iniciado por Tim Powers, Kevin Wayne Jeter e James Blaylock, e o biopunk (ou alternativamente ribofunk), no qual Paul Di Filippo é proeminente. Adicionalmente algumas pessoas consideram trabalhos tais como A era do Diamante de Neal Stephenson como o início da categoria postcyberpunk.http://pt.wikipedia.org/wiki/Cyberpunk#Musica_e_Moda

A temática das bandas de EBM, a exemplo Front 242, por tanto é muito influenciada pela literatura cyberpunk, além de cenários de guerras e tudo mais que foi dito acima. O cenário de fábricas em ruínas, chaminés, engrenagens, martelos  são símbolos da indústria , logo, por serem herdeiros da musica industrial alemã a EBM se apropriou destes símbolos, mas inicialmente não havia uma pretensão explícita de se ideologizar o movimento musical nascente mas, classificar sua origem industrial. No entanto, a ideia exposta na obra de William Gibson influenciou artistas e seus seguidores, dando início ao paulatino processo de ideologização das bandas da cena EBM que terminaria os anos 80. Sendo a Alemanha e a Bélgica os berços da cena EBM, por lá surgiram os primeiro selos que lançaram discos das bandas do estilo, além de eventos, gigs com participação de tais grupos. Contudo, dentre todas as subculturas existentes no underground a EBM é aquela com menor numero de seguidores até hoje, ainda que estes sejam fiéis. Logo, por este motivo, não há interesse em se criar casas noturnas exclusivamente voltadas para o público de musica eletrônica  Por causa disso, o público da cena EBM acaba tendo apenas casas noturnas destinadas a góticos, como espaço para sua aparição.
A crítica ao capitalismo e suas consequências enchia corações  e mentes dos extremistas ideológicas que viram na EBM um lugar de abrigo a tais ideias,  por isso , em países como Bélgica e Alemanha, não tardaria muito o flerte de tal estilo cultural, com o crescente neonazismo.



Tendo a humildade de reconhecer a possibilidade de erro, devo comentar aqui que a banda eslovena Laibach, foi a primeira a sugerir o pensamento de extrema direita no meio da música eletrônica, ainda que a estética militarista e referencias ao exercito alemão , sobretudo durante a segunda guerra mundial, já fossem usadas em larga escala.

Laibach é um grupo musical , formado em 01 de junho de 1980 em Trbovlje, um povoado mineiro localizado na Eslovênia (até então Iugoslávia). O grupo representa a ala musical do coletivo NSK - Neue Kunst Slowenische (Nova Arte Eslovena), da qual foi membro fundador em 1984. 

“Laibach” é o nome alemão para Ljubljana (capital da Eslovênia), usado pelos nazistas quando ocuparam o território. O grupo colocou este nome na 
banda  pois, após a II Guerra Mundial, Laibach era um nome praticamente proibido no país. Segundo eles, o nome tinha um significado emocional muito intenso: “se o nome é tão forte, deve valer a pena usá-lo”.

A banda frequentemente é acusada de ter posições políticas extremas, tanto de direita, quanto esquerda. Isto se dá principalmente ao fato de usarem, durante seus shows, uniformes que lembram as indumentárias facistas, nazistas e/ou socialistas. Uma vez, Ivan Novak e Milan Fras, membros do grupo, ao serem chamados de facistas, responderam ambiguamente: “somos tão facistas quanto Hitler era um pintor”.

Os membros do Laibach raramente se descaracterizam-se de seus personagens, motivo principal das muitas acusações que levam. Seus concertos, por muitas vezes, parecem comícios políticos. Em várias entrevistas dão respostas irônicas e paradoxais sobre o totalitarismo, o nacionalismo e a democracia.

Richard Wolfson definiu o grupo assim:
“O método do Laibach é extremamente simples, eficaz e perigosamente aberto a interpretações erradas. Primeiro eles absorvem os maneirismos do inimigo, adotando os simbolos e as armadilhas sedutoras do poder do Estado e, então, eles exageram estas ideias até o limiar da paródia. Em seguida eles voltam o foco para questões políticas extremamente delicadas, o temor do ocidente europeu com os imigrantes da Europa oriental, as analogias entre a democracia e o totalitarismo”.

O estilo musical 
da banda tem fortes influências do industrial, da música marcial e do neo-clássico.

Desta maneira , o flerte com o neonazismo aconteceu, e a musica eletrônica virou mais um lugar de manifestação de ideias de ódio.
Muitos skinheads de direita, neonazista de toda parte se apropriaram da estética e da música eletrônica para propagandear sua linha de pensamento. Assim como muitos fãs de música eletrônica, que apoiam o pensamento nazifascista, via no EBM outra forma de manifestação de suas ideias. O visual paramilitar, o racismo, o antissemitismo, o anticomunismo, o ódio à cultura estadunidense e principalmente ao rock,  que trazia seus hippies, punks e todo tipo de moda underground que pudesse surgir. A simpatia aos símbolos já mencionados, como martelos, fábricas, engrenagens e figura do operário com o martelo, este que se pode interpretar de duas formas, uma é a do homem que trabalha duro na fábrica, portando seu principal instrumento de trabalho, instrumento este que na música industrial marca o ritmo. Termos como nacionalismo, honra, disciplina, são incorporados à cena EBM. O Visual apocalíptico dos cyberpunks foi sendo deixado para trás e a estética neonazista toma conta da cena EBM, sobretudo europeia. 



Aves da rapina surgem entre símbolos que representam a cena eletrônica. Bandas como Skinny Puppy, Das Ich, Project Pitchfork (estas duas rotuladas como eletrogoth) , não se deixaram levar pelas ideias que começaram os anos de 1990 a se expandir na cena EBM

 Estes nomes,  são até hoje, símbolos da resistência contra as ideias nazi fascistas que infestaram a cena EBM. E assim, a musica EBM passou a ser representada por nomes como Der Prager Handgrif.

O “Prager Handgriff foi fundada no Vale do Ruhr  a maior região industrial da Alemanha, no início de da década de 1990. Para este projeto, Stefan Schäfer e Volker Rathmann queria deixar as suas experiências insatisfatórias com bandas tradicionalmente punk / new-wave para trás, então eles começaram a usar samplers, sintetizadores e sequenciadores para trazer suas ideias. Por volta de agosto de 1990, a primeira fita, 'Rückstand aus Vormonaten “foi gravada”. Logo, tornaram-se um dos maiores nomes da cena nos anos 90 e que mostra sua posição política claramente na música a seguir : Durante Muito tempo a banda era tida por muitas pessoas como uma banda nazi alemã, devido ao fato da presenção constante de neo nazistas  boneheads em seus concertos, muitos fazendo a famosa saudação nazista. fato este ocorrido inclusive em gothic clubs paulistas, onde não raras vezes presenciei white-powers fazendo tal saudação , quando o DJ tocava a música Deutschland?, cuja letra trata de um manifesto antifascista.

Deutschland?
A batalha das batalhas começou
A vergonha agora está de volta
Casas estão em fumaça negra
“queimando” como em um flash
Cidadãos correm para aplaudir
Skinheads com um grande sorriso
E levantam a mão para cumprimentá-los
Agora aparece no final deste país
*A praga marrom se abateu sobre nós
Você pode ouvi-lo pelos corredores das cidades
Alemanha, estamos de volta
De que se envergonhar mais?
No exterior parece imensamente assustada
Provavelmente digitalmente recriado o espírito de idade
O que há de errado neste país?
Onde está a resistência específica?
O fraco deve sofrer novamente
Bater ou matar
A política não pode ajudá-lo
O quarto reich está chegando

*O termo praga marron, tal como cita  colaborador de LADO ESQUERDO se refere às camisas pardas das tropas de assalto de Adolf Hitler, as temidas SA. Hoje tais tropas , segundo a letra seriam representadas pelos skinheads neonazistas, que ainda hoje encontram algum apoio da população, por isso a pergunta, Deutschland?, denunciando que parte da pupulação germanica , acolhe bem tal linha de pensamento, por isso reconhecemos a importante do trabalho de Prager Handgriff


A afinidade com os boneheads é tamanha que chegam a fundar um subgênero dentro da cena EBM, batizada de OiBM, que é a soma do OI! Dos skinheads tradicionais com o termo EBM, tal como veremos a seguir.
Felizmente a música eletrônica não se restringiu em se tornar em mais um mero estandarte nazifascista. Muitos artistas utilizaram dos recursos infinitos de se fazer musica eletrônica para criarem outros estilos, apolíticos e abertos para a diversidade cultural que o mundo da música abriga. Surgiram termos como eletro goth (Project Pitchfork, Das Ich, Blutengel), synthpop (bandas influenciadas por Depeche Mode), ou o Future Pop, um EBM mais dançante, menos minimalista (Vide VNV Nation), Dark Eletro, bandas que misturam o industrial, EBM, horror gótico, como por exemplo, a banda mexicana Hocico e Harch EBM, cujo maior ícone do gênero é o Suicide Comando. Estes subgêneros do EBM,  proliferaram e ajudaram a mostrar que apesar de infectada, a cena da musica eletrônica não foi totalmente invadida pelos nazis.
Harsh EBM, terror EBM ou aggrotech, denomina uma variante da EBM que surge no começo dos anos 90, mas não se populariza até a metade dele.
O harsh EBM é o oposto do futurepop, e como o nome já diz, é a variante pesada da EBM nos dias atuais, com batidas muito distorcidas, sintetizadores acidos e vocais muitas vezes fora de melodia, agressivos e distorcidos, com letras pesadas sobre vários tabus e temas controversos, objetivando algo realmente pesado.

Porém nos 2000 um movimento chamado Anhalt-EBM, ou EBM-Old School. Dentro deste movimento, nazis se fazem presente, fazem uso deste meio para propagarem sua ideia. Cria-se o termo EBM United. Esse termo em resumo é como uma senha de declaração de paz entre as ideologias que possam transitar nesta sub cena (entenda-se ideologia de direita e de esquerda) que por ventura se ‘trombem’ numa gig, tudo em nome do amor pela música eletrônica, contudo, não precisa ser nenhum cientista político para constatarmos que isso jamais daria certo e que na prática , a grande maioria do público e composta por quem faz música eletrônica sim, mas em sua maioria esmagadora , neo nazistas  simpatizantes, seja da ideologia, ou da estética, ou na melhor das hipóteses apolíticos.
Exemplo disso e o festival Familientreffen, evento realizado na Alemanha anualmente e que conta com a presença de dezenas de bandas do gênero e muitas delas assumidamente nazi.



Anhalt EBM ou EBM neo-oldschool é uma vertente do EBM nascida na Alemanha Oriental e consiste na fusão de elementos da música e subcultura streetpunk/oi! com o EBM oldschool de bandas como Pouppée Fabrikk e Nitzer EbbO som consiste basicamente em vocais, uma linha de baixo proveniente de synth analógico e percussão que pode ser eletrônica, acústica e (ou) sucata.

Electro Stompers :

O estilo vai além de música, desenvolveu também uma subcultura que tem como referencial de origem a classe operária, no caso da origem de seu nascimento, a juventude alemã pós-socialista. Estes se nomeiam como electro-stompers ou EBM jugend, seu modo de organização é em "gangues" ou "grupos", os quais tem como objetivo servir de uma fraternidade de apreciadores da estética e da música anhalt EBM, existem vários desses grupos que normalmente são regionais (como a Electro Stompers Leipzig).
Algumas bandas de anhalt EBMBlood Shot Eyes, Container 90, Spetsnaz, Sturm Café, Astma, Frontal.

Entre estas bandas surge a banda sueca    Astma cujo clipe da musica "Cut it shot" é uma animação que mostra os membros da banda perseguindo um personagem hippie, sob a alegação de que tal personagem é o responsável , pela propagação da maconha, da ideia dos exo livre, além de tratá-lo como s´mbolo de vagabundagem e mendicancia Ou seja, trata-se de apologia pura em prol da violência em nome da intolerancia e do préconceito. Por isso a mensagem da musica é clara como clipe , que pede para cortar os cabelos do personagem hippie. Na verdade o que rola no clip não tem nada de diferente do que rolava nas ruas de londres nos idos de 69, quando os skinheads apolíticos praticavam este ato de violencia, além do pack bash, que eram espancamentos feitos em pessoas de origem paquistanes, além de ostentarem o vizu tradicional dos skins nazis , incorporado por parte do publico EBM, mostra em um de seus clipes, 


Nunca se soube , ao menos no Brasil, de casos envolvendo EBM´s em brigas de gang, salvo a lendária gang intitulado Cyberpunks, a famosa turma do Killer, no início dos anos, que por conta do visual cyberpunk, eram confundidos com anarcopunks pelos carecas do subúrbio e por isso, andaram levando surras nas saídas da rua Augusta. A turma se desfez mas fãs de musica eletrônica continuaram a surgir no Brasil , bem como bandas muito boas.
Cyberpunks nas dependencias do clube Armaggedon, Rua Augusta - São Paulo, ano de  1993

Há á no Brasil, muitos fãs de EBM apolíticos, mas não quer dizer que alienados. E tem também os nazis. Muitos, usam a máscara da EBM, para camuflar suas ideias de direita, e assim se fazem presentes nos rolês góticos de São Paulo, já que a maioria dos góticos não se liga em política.


Ainda nos anos 90 , havia uma certa tolerancia do público frequentador de casas góticas, sobretudo na região da av Paulista, onde ali se concentram as ações de grupos como os White Powers. este grupo se sentia a vontade em casas como a extinta e já mecionada Armaggedom. 

A simpatia do público fã de EBM não se deve aplicar a 100% do público, contudo é fato que há simpatizantes do neo nazismo e da ideia de supremacia branca entre "EBM´s" brasileiros também.

Tal como relatado pelo jovem "R", que estava em um festival de bandas eletronicas no ano de 2003 na zona sul de São Paulo, que entre tais bandas se apresentava a argentina MegaHrtz, quando , por motivo da entrada de playboys desavisados no evento, que segundo ele começaram à "zuar" com o visual dos EBM´s e mexer com as garotas, desencadeou-se por isso uma briga fantástica e que no carlor  dos acontecimentos, alguém gritou: Aqui é white power porra!

Há no entanto , grupos que se esforçam em reiterar que a cena EBM não é fascista, que existem bandas apolíticas e de esquerda e que tem em comum só o visual e o som eletrônico e de fato isso é verdade.

Por tanto, sejamos justos, quando reconhecemos que a democracia permite as mais diversas formas de exposição de ideias e pensamentos e que por isso não se é de estranhar que até pensamentos de estrema direita , encontrem seu cantinho e forma de exposição nas culturas mais variadas. O nazismo não é coisa de skinhead tão somente. È coisa de homens que buscam um certo tipo de revolução baseada no ódio racial, na xenofobia, homofobia, que defende o autoritarismo e o fim das liberdades de escolha. 

O Lado Esquerdo se manifesta publicamente o repúdio contra todo aquele que ousa deturpar as mais puras manifestações artísticas e culturais e prol de ideologias como esta que assim como em outros gêneros musicais, encontrou na musica eletrônica, um cantinho perfeito para difusão de tal pensamento.



por Royo y Negro

Comentários